Hoje fiquei pensando nas gerações, nos exemplos, em como sou parecida com minha mãe, em como certos comportamentos, ideias e valores se consolidam através do tempo.
Minha mãe é esta mulher, presenteada, por minha avó Djanira, com o nome de Jaguaracira, que significa: grande guerreira. Escolheu meu nome em um romance que leu durante a minha gravidez e me presenteou com: Wendy que, por sua vez, significa: mulher serena. No início da minha gravidez, em um sonho, ouvi uma voz feminina me dizendo: "tudo ficará bem. É uma menina e ela vai se chamar Dhara!" Que significa: fluxo contínuo.
Três gerações, com nomes fortes, de significados igualmente importantes. Três gerações unidas, o mesmo sangue corre em nossas veias... o mesmo sorriso largo, a mesma força e vontade de viver.
Muitas vezes eu e minha mãe temos alguns desentendimentos, o que vejo como natural por sermos de diferentes épocas e por sermos tão parecidas. Confuso, não?! rs Como será com Dhara? ai, ai...
Mas o que quero destacar aqui é o que fiquei pensado quando vi esta foto, quando conversei com uma amiga, no meio do forró, não é Juliana Guimarães?! rs Como quando me vejo vencendo etapas e concretizando o que um dia foi um sonho. O que quero destacar aqui é o que me faz ser a Wendy, a póendy, a mamãe, a preeeta, a negona, a novinha, a mina, a amiga, a mulher, a namorada, a ex-namorada, a que assusta, a que acolhe, a que enfrenta, a que foge, a que briga, a que sou Eu.
Foi com esta mulher, a minha mãe, que aprendi o que levo para minha vida toda e o que desejo que minha filha também reconheça como parte dela.
Com minha mãe aprendi a ser educadora. Foi com ela, vendo seu exemplo, suas atividades enquanto fazia o magistério, ajudando a passar as avaliações das crianças no mimeógrafo, cortando e colando papéis que desenvolvi o gosto pela profissão. Foi com ela que aprendi a ser, na minha profissão, forte, guerreira, batalhadora; Foi com ela que aprendi a desejar sempre mais, sair do lugar comum, alçar outros voos.
Foi ela que me deixou orgulhosa quando foi para os EUA, estudar e aprimorar sua prática pedagógica e, mais tarde, isso acontece comigo quando vou para Itália, fazer o mesmo, a deixando cheia de orgulho.
Foi ela que me ensinou a viver cada instante, a usar meu dinheiro para alimentar meus sonhos e quando não tenho dinheiro ou pouco tenho, sorrir e continuar caminhando, porque uma hora melhora, sempre melhora.
Foi ela que me ensinou a dar valor a tudo que tenho, pois não é fácil conquistá-las. Foi ela que me ensinou a dedicar-se aos amigos e companheiros nesta viagem chamada vida. Foi ela que me ensinou a não depender do outro, a ser autônoma, a acreditar no meu potencial.
Foi ela que me tirou do baba e das brincadeiras com os meninos para aprender a cozinhar e cuidar da casa como uma boa mãe de família. Bom, esta parte eu não gostei muito, mas hoje reconheço a importância.
Foi ela que me apoiou quando decidi ser mãe. Foi ela que me disse sim e estendeu a mão. E que me faz lembrar todos os dias como é árdua e deliciosamente feliz a maternidade. É ela que mima a minha filha, que dá os dengos e que agora, na condição de avó, faz todas as vontades para ver Dhara sorrir.
É ela que briga comigo quando acha que estou saindo demais, dormindo muito, comprando roupas, perfumes e sapatos demais, mas recorre ao meu quarto quando precisa de algo.
É ela que puxa a minha orelha quando estou vacilando, que pode passar uma semana inteira reclamando, que me manda sair do face, mas que quando chega uma amiga sua tem milhões de elogios a fazer por um tantão de coisas que a deixa orgulhosa.
É ela que faz a melhor comida do universo!
Foi ela que me ensinou a ser quem sou hoje. Com seus exemplos, suas birras, com todos os nãos e sins que me disse. Ela me ensinou a viver de acordo com as minhas crenças. Ela me ensinou a arte de sorrir cada vez que o mundo diz não!
Um feliz dia, W.