Hoje, 31 de outubro comemora-se o Hallowen. Trata-se de um evento tradicional e cultural, que ocorre basicamente em países de língua inglesa, mas com especial relevância nos Estados Unidos, Canadá, Irlanda e Reino Unido. Mas tem horas que parece ter nascido aqui.
No Brasil, é o dia do saci pererê, personagem famoso do universo folclórico. Embora muito importante, pouco ovacionado neste dia que lhe cabe. Se é que ele precisa de apenas um dia para ser lembrado.
Na escola de Dhara, como tem projeto de inglês intensivo, a teacher preparou uma programação especial. Vestida de pirata, ela ia com as crianças nas salas pedindo docinhos ou travessuras.... Uma pena Dhara não estar presente, pois o carro do meu pai quebrou e ele teve que ficar com o meu, logo, Dhara não foi para a escola. O que de tudo não foi tão mal, pois iniciou a manhã na praia e ainda bateu um papo com Lazzo Matumbi.
Bom, passei a manhã brincando com as crianças explorando os temas assustadores. Durante a tarde também, na festa de Hallowen com as crianças da outra escola, mas mesmo com a minha tentativa de falar sobre o saci, ele foi sucumbido pelas bruxas, piratas, caveiras, vampiros e outros seres esquisitos. Brincava com todos e lembrava de Dhara... quais seriam as suas reações?
Foi divertido, bem verdade. Adoro a possibilidade de brincar com as situações que parecem assustadoras. Fantasiar, sorrir, se transformar, demonstrar força, poder ou mesmo insegurança, medo e necessidade de proteção. Humm um prato cheio para a Psicanálise!!! rs
Mas o que me deixou "mexida" foi não pensar que minha pequena poderia estar curtindo isso. - Não era hora do carro de papis quebra, meu Deus! (pensava o tempo todo). - Então, assim que deu meu horário na escola da tarde, 17:45, saí correndo para pegar o celular:
-Alô! Tio, me deixa falar com Dhara, por favor! É urgente!
-Tá. Dhaaaaaaara!
-Alô! Mamãe?
-Oi, filha! Não durma, não vá pra rua, que vou chegar com uma novidade!
-Aêee, mamãe tem novida.... tum. tum. tum!
(Já imagino os pulos de alegria e o telefone voando no chão ou sofá. rsrsrs)
Saio correndo da escola desejando não pegar engarrafamento e atrasar a surpresa!
No sinal, o menino de todos os dias tentou limpar meu vidro, não deixei e confesso que ainda ando assustada nas ruas da minha abandonada cidade. Mas quando ele me olhou, grudou na janela. Sim, eu estava vestida de bruxa... e já vinha brincando com os motoristas que paravam ao meu lado e que não resistiam, olhavam, olhavam novamente, sorriam... e eu: um feitiço, um beijo e outro sorriso! rsrs
A criança estava colada no meu vidro, deveria ter 7 anos, dizia: você e uma aranha? você é o quê? você e do mal? e eu sorria para ele. E ao mesmo tempo ficava a imaginar... ele não reconhece uma bruxa?
Ele me pedia algo, que não tinha. Ofereci meus anéis. Por um instante voltei a ter medo, ele chamara outro menino, que aparentava ter cinco anos.Os dois sorriam e tentavam adivinhar quem era aquela figura...
Resolvi me render ao simbólico, à infância, à ludicidade, enfrentei o medo e abri a janela.
- Eu sou uma bruxa e vou fazer um feitiço para vocês...
- ahhhh é uma bruxa. rsrsrrss
Brinquei e entreguei um anel a cada. Uma pena não ter as guloseimas, mas acho que já havia tornado o momento doce.
Eles brincaram entre si com os anéis, fiquei a observar do retrovisor... Faziam cara de mau e atacavam. Mas, em segundos, a fantasia se desfez e voltaram a trabalhar. #dura realidade!
... segui com o carro. Reflexiva.
Cheguei em casa, estacionei e subir as escadas na ponta dos pés, para não fazer barulho. Meu sobrinho, que já havia me visto, mas não reconhecido, correu e se escondeu, causando certo medo em Dhara.
Abri a porta com uma gargalhada, que nem de perto é a mesma que daria há oito anos atrás (é, sala de aula acaba com as cordas vocais também rs), Dhara não sabia se fugia ou se enfrentava, se achava graça ou se chorava... comecei a sorrir e fazer feitiços maluquetes com cosquinhas, gargalhadas e puns feitos com a boca. Ela relaxou... e começou a curtir!
Convidava o primo e a amiga para a brincadeira. Corria, se escondia, me dava susto...
Depois ela resolveu se transformar em bruxa, com o chapéu, anéis e até uma saia de bruxa (improvisada)
A brincadeira rolou solta. E mesmo cansada de um dia intenso de trabalho, me joguei no chão, rolei, dancei danças maluquetes da bruxa "Vendi," fiz feitiços e inventei nomes engraçados... tudo para vê-la sorrir. Tudo para possibilitar a sua alegria e compartilhar com ela a alegria que vivi com meus pequenos o dia inteiro. Ela adorou, sem dúvidas! E eu...
AMEI!
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Mamãe de Bruxa, na escola.
Maldade pouca, meu caldeirão primeiro! Rá!
Risada de Bruxa!
Cara de Mau!
Não quero saber do feitiço que ela fez para ele... rs
Pegando emprestado os anéis da Bruxa
Coisa nossa!
"Agora você se veste de bruxa de novo, mamãe?"
Click de Dhara...
Clik de Dhara "agora faz cara de mau, mamãe! Isso! Igual ao Lobo Mau"
Clik de Dhara
Clik de Dhara!
vale a pena... V A L E A P E N A !!!
Beijos, W.