quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Happy Hallowen

Hoje, 31 de outubro comemora-se o Hallowen. Trata-se de um evento tradicional e cultural, que ocorre basicamente em países de língua inglesa, mas com especial relevância nos Estados Unidos, Canadá, Irlanda e Reino Unido. Mas tem horas que parece ter nascido aqui.

No Brasil, é o dia do saci pererê, personagem famoso do universo folclórico. Embora muito importante, pouco ovacionado neste dia que lhe cabe. Se é que ele precisa de apenas um dia para ser lembrado.

 Na escola de Dhara, como tem projeto de inglês intensivo, a teacher preparou uma programação especial. Vestida de pirata, ela ia com as crianças nas salas pedindo docinhos ou travessuras.... Uma pena Dhara não estar presente, pois o carro do meu pai quebrou e ele teve que ficar com o meu, logo, Dhara não foi para a escola. O que de tudo não foi tão mal, pois iniciou a manhã na praia e ainda bateu um papo com Lazzo Matumbi.

Bom, passei a manhã brincando com as crianças explorando os temas assustadores. Durante a tarde também, na festa de Hallowen com as crianças da outra escola, mas mesmo com a minha tentativa de falar sobre o saci, ele foi sucumbido pelas bruxas, piratas, caveiras, vampiros e outros seres esquisitos. Brincava com todos e lembrava de Dhara... quais seriam as suas reações?

Foi divertido, bem verdade. Adoro a possibilidade de brincar com as situações que parecem assustadoras. Fantasiar, sorrir, se transformar, demonstrar força, poder ou mesmo insegurança, medo e necessidade de proteção. Humm um prato cheio para a Psicanálise!!! rs

Mas o que me deixou "mexida" foi não pensar que minha pequena poderia estar curtindo isso. - Não era hora do carro de papis quebra, meu Deus! (pensava o tempo todo). - Então, assim que deu meu horário na escola da tarde, 17:45, saí correndo para pegar o celular:
-Alô! Tio, me deixa falar com Dhara, por favor! É urgente!
-Tá. Dhaaaaaaara!
-Alô! Mamãe?
-Oi, filha! Não durma, não vá pra rua, que vou chegar com uma novidade!
-Aêee, mamãe tem novida.... tum. tum. tum!

(Já imagino os pulos de alegria e o telefone voando no chão ou sofá. rsrsrs)

Saio correndo da escola desejando não pegar engarrafamento e atrasar a surpresa!

No sinal, o menino de todos os dias tentou limpar meu vidro, não deixei e confesso que ainda ando assustada nas ruas da minha abandonada cidade. Mas quando ele me olhou, grudou na janela. Sim, eu estava vestida de bruxa... e já vinha brincando com os motoristas que paravam ao meu lado e que não resistiam, olhavam, olhavam novamente, sorriam... e eu: um feitiço, um beijo e outro sorriso! rsrs

A criança estava colada no meu vidro, deveria ter 7 anos, dizia: você e uma aranha? você é o quê? você e do mal? e eu sorria para ele. E ao mesmo tempo ficava a imaginar... ele não reconhece uma bruxa?

Ele me pedia algo, que não tinha. Ofereci meus anéis. Por um instante voltei a ter medo, ele chamara outro menino, que aparentava ter cinco anos.Os dois sorriam e tentavam adivinhar quem era aquela figura...

Resolvi me render ao simbólico, à infância, à ludicidade, enfrentei o medo e abri a janela.
- Eu sou uma bruxa e vou fazer um feitiço para vocês...
- ahhhh é uma bruxa. rsrsrrss
Brinquei e entreguei um anel a cada. Uma pena não ter as guloseimas, mas acho que já havia tornado o momento doce.

Eles brincaram entre si com os anéis, fiquei a observar do retrovisor... Faziam cara de mau e atacavam. Mas, em segundos, a fantasia se desfez e voltaram a trabalhar. #dura realidade!

... segui com o carro. Reflexiva.

Cheguei em casa, estacionei e subir as escadas na ponta dos pés, para não fazer barulho. Meu sobrinho, que já havia me visto, mas não reconhecido, correu e se escondeu, causando certo medo em Dhara.

Abri a porta com uma gargalhada, que nem de perto é a mesma que daria há oito anos atrás (é, sala de aula acaba com as cordas vocais também rs), Dhara não sabia se fugia ou se enfrentava, se achava graça ou se chorava... comecei a sorrir e fazer feitiços maluquetes com cosquinhas, gargalhadas e puns feitos com a boca. Ela relaxou... e começou a curtir!

Convidava o primo e a amiga para a brincadeira. Corria, se escondia, me dava susto...

Depois ela resolveu se transformar em bruxa, com o chapéu, anéis e até uma saia de bruxa (improvisada)

A brincadeira rolou solta. E mesmo cansada de um dia intenso de trabalho, me joguei no chão, rolei, dancei danças maluquetes da bruxa "Vendi," fiz feitiços e inventei nomes engraçados... tudo para vê-la sorrir. Tudo para possibilitar a sua alegria e compartilhar com ela a alegria que vivi com meus pequenos o dia inteiro. Ela adorou, sem dúvidas! E eu...

AMEI!
.
Mamãe de Bruxa, na escola.

Maldade pouca, meu caldeirão primeiro! Rá!

Risada de Bruxa!

Cara de Mau!

Não quero saber do feitiço que ela fez para ele... rs

Pegando emprestado os anéis da Bruxa 

Coisa nossa!

"Agora você se veste de bruxa de novo, mamãe?"

Click de Dhara...


Clik de Dhara "agora faz cara de mau, mamãe! Isso! Igual ao Lobo Mau"

Clik de Dhara

Clik de Dhara!


vale a pena... V A L E  A  P E N A !!!

Beijos, W.



segunda-feira, 29 de outubro de 2012

E o "Jingle Bells" chega a galope!



E o povo mal pagou a parcela do presente do dia das crianças e o comércio já empurra o Natal goela abaixo. E eu fico aqui me perguntando: quando entrar dezembro, qual a graça da árvore de Natal?

Quando eu era criança, o mais gostoso era ter a surpresa da decoração. Hoje, 29 de outubro, a cidade já está em clima natalino.

Bom, para livrar minha pequena do consumismo, vou na contramão e já estamos pensando em como será o nosso Natal...

Quem sabe doar os brinquedos? Trocar entre primos? Trocar livros? Passar um dia brincando com crianças de uma creche? Chamar amigos, voluntários para um dia especial em uma creche e/ou comunidade?? Bom, estou pensando... Ou melhor, estamos!

#por uma infância livre do consumismo!

Beijos, W.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

tempo, tempo, tempo... entro no acordo contigo.


Cheguei em casa cheia de saudade e ela (Dhara) já estava dormindo. Tão tranquila, tão serena... Hoje ela pediu muito, no carro, a caminho de casa, que fossemos ao restaurante. Perguntou porque eu tinha que trabalhar? Por que eu não almoço com ela? Fiquei arrasada! Prometi uma surpresa na chegada... sei que ela chama por mim a tarde toda... mas eu cheguei atrasada. :(

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=0s51An-ZryU

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Para se orgulhar da mamãe


Texto:  Janaína Mascarenhas


Professor que faz a diferença

Não se pode negar que, na engrenagem da inclusão, o professor exerce um papel fundamental. Não adianta a escola ter uma excelente proposta de inclusão, os pais desejarem a inclusão, a equipe de coordenação e direção pedagógica encamparem a ideia se o professor não se implicar neste projeto.

E ele pode ter inúmeras desculpas para se colocar à margem da inclusão! Afinal de contas, as universidades não preparam o pedagogo para lidar com a diferença e as escolas (mesmo aquelas que se dizem inclusivas) nem sempre oferecem o suporte técnico e físico para que a inclusão aconteça como a lei diz que deve ser.

Acrescente-se a isso o fato de que a inclusão de crianças com necessidades educacionais especiais no ensino regular pode demandar distintas e diversas formas de atuação, já que que existem inúmeras necessidades especiais diferentes, demandantes de diferentes estratégias de intervenção.

Para se tentar um processo de inclusão exitoso, acredito que seja preciso, acima de tudo, boa vontade e compromisso. É preciso estar movido por um desejo de participar do processo educacional da criança, e de deixar nela uma marca. É preciso humildade, para reconhecer o que não se sabe e procurar ajuda. É preciso sensibilidade para perceber o quê fazer, como fazer e quando se precisa começar tudo de novo, do zero. É preciso disponibilidade para buscar, para aprender, para pôr em prática estratégias que favoreçam o aprendizado da criança. É preciso estabelecer uma relação de cumplicidade com a família.

Infelizmente, pelos relatos que tenho acompanhado pela blogosfera, a realidade ainda está muito distante daquilo que se espera de um verdadeiro processo de inclusão.

E, vivenciando uma experiência que eu considero muito exitosa, me vejo tomada por uma grande vontade de, neste dia do professor, render as minhas homenagens àquela que tem desempenhado um papel relevantíssimo no processo de inclusão da minha filhota: minha querida Pró Wendy!

Me lembro do dia que a coordenadora da escola me disse que a equipe tinha decidido colocar Leti na turma de pró Wendy, por achá-la experiente e capaz de desenvolver um bom trabalho com a minha pequena.

Sequer a conhecia, já que ela sempre ensinara à tarde e Leti, até então, sempre estudara pela manhã. Mas me lembro da primeira impressão ao vê-la: uma mulher negra, alta, magra, linda... numa sala de aula... devia estar nas passarelas... estaria alí por vocação, ou por falta de opção? Uma visão preconceituosa, reconheço. Mas foi esta a minha primeira impressão. Sua presença provocava em mim uma reação que não conseguia explicar. Seria ela realmente a melhor opção para a minha filha?

Coincidentemente, um tempo depois, a descobri no facebook. Um descoberta mais que casual. Um amigo muito próximo compartilhara um texto seu sobre política (nem me recordo exatamente o que dizia) e eu, que nem sabia se realmente ela era ela (rs), comecei a fuçar sua página para tentar descobrir quem seria essa misteriosa pró Wendy. E a surpresa não poderia ter sido melhor. Suas postagens muito bem escritas mostravam ser a tal pró Wendy uma pessoa politizada, culta e muito bem resolvida. Fui reconstruindo sua imagem e me dando oportunidade para estreitar os laços com a pessoa que, talvez, depois de mim e da babá, passaria a maior parte do tempo, durante a semana, com a minha filha.

E tudo foi acontecendo muito espontaneamente. Sem que eu me desse conta, me vi completamente apaixonada por pró Wendy. Porque não tem como a gente não se apaixonar por quem se dispõe, verdadeiramente, a fazer algo diferenciado por nossos filhos. E é isso que ela tem feito. Desde o início do ano.

Sempre atenta, tem sinalizado as dificuldades que percebe, tem sugerido estratégias para favorecer sua participação em sala, tem compartilhado suas inquietudes em relação ao que pode ser feito para melhorar o processo de inclusão.

Foi dela a ideia de disponibilizar o planejamento semanal da turma com antecedência para mim, para que Leti, tomando conhecimento antecipadamente do que vai ser feito com a turma, potencialize sua capacidade de participação nas atividades.

Foi ela que me deu um puxão de orelhas, mostrando a importância de Leti chegar cedo na escola, para participar da rodinha, quando ela tem oportunidade de fomentar (de posse das informações que mando pela agenda, acompanhada de um suporte concreto) que Leti se posicione, falando sobre o que fez naquele dia ou no fim de semana.

Foi com ela que Leti aprendeu a subir e descer, sozinha, as escadas da escola.

É ela que tem estimulado uma aproximação maior entre Leti e uma coleguinha da sala, para tentar favorecer a criação de vínculos na minha pequena.

É com ela que, no bate papo do facebook, tiro várias dúvidas, compartilho minhas novidades e fico sabendo das novidades da escola, mesmo que já passe da meia noite...

É ela que tem feito tantas e tantas coisas, difíceis de enumerar aqui, para incluir minha filha no processo pedagógico, afetivo e social da sua turma.

E os resultados são visíveis a olho nú.

Embora o processo de aprendizagem de Leti anda destoe muito do restante da turma, percebo que ele encontra-se em contante evolução e, mais importante que isso, e o que me deixa mais feliz, percebo que, hoje, minha filha tem seu espaço conquistado naquele grupinho, que a acolhe, a reconhece e a respeita,  em suas diferenças e peculiaridades.

E devo tudo isso a minha querida pró Wendy, a quem gostaria de desejar, neste dia, o meu singelo FELIZ DIA DO PROFESSOR!

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Janaína     Mascarenhas - mãe de minha pequena Leti.  2012 - Gira Girou


domingo, 14 de outubro de 2012

pensando sobre...



Dhara...

Alguém que vem ao mundo com essa tradução, anunciada em sonho, é alguém que tem "raízes e asas". Gente que nasce miúda e vai no fazer,se fazer grande. 


Alguém que vem, pela sua existência, dizer ao mundo do valor da construção, da plantação, da colheita, da correnteza, da corrente, de um fluxo continuo... Fruto de duas árvores frondosas: Um moço sem perna, andarilho, que sempre caminhou... se colocou de pé diante da vida e uma moça que mais me parece uma tigresa: delicada e forte, que educa gente... 


DNAs de Dhara, fluxo contínuo e luxuoso de Wendy.



Por  Urânia  Munzanzu

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Momento Nosso!

Amigos,

Há muito estava desejando um momento especial com minha pequena. Nesta correria da vida, trabalhos, obrigações, pouco tempo e muito a fazer... Enfim, essa agitação que a gente vive, muitas vezes, nos deixa reféns do tempo e nos impede de viver momentos simples e prazerosos.

Confesso que já estava me sentindo com a culpa que acomete a mulher moderna. Tentando de uma forma ou de outra me organizar para estar com ela o maior tempo possível e com energia. Não foi fácil, mas não foi impossível!

Bom, quando o dia das crianças foi se aproximando fiquei pensando na possibilidade de comprar um instrumento musical para ela. Temos um baú com alguns instrumentos e ela adora. Gaita, metalofone, pandeiro, oceandrum, um instrumento que faz o som do trovão, caxixi, apitos, caixinha de música... muitas
coisinhas gostosas para brincar com o som, o ritmo, as músicas que gostamos de cantar...

Depois pensei que Dhara já tem tantos brinquedos, caixas organizadoras entupidas... Busquei a programação da cidade para o dia das crianças... uma ou outra que valeria a pena. Não, não gosto de shopping e não perderia meu tempo em qualquer um deles com Dhara e mais trocentas famílias "sem alternativa." rs Passar a hoooooras no shopping não é a minha praia. rs

Já mobilizada pelo movimento TROCA DE BRINQUEDOS, que infelizmente não pude participar com Dhara (eu estava trabalhando) e acompanhando algumas postagens do movimento: INFÂNCIA LIVRE DE CONSUMISMO, decidi então construir com minha pequena o nosso brinquedo.

Construir com ela o que seria o momento de diversão para os próximos meses me animou... Comecei a dizer para ela que construiríamos uma casa de bonecas. (busquei primeiro a minha possibilidade - depois já penso em fazer algo que ela queira construir -ideia dela- ou os próprios instrumentos musicais); Dhara já se mostrou receptiva, o que me deixou ainda mais contente. A cada dia trazia uma caixa, tampinhas, garrafa, papel, etc. Combinamos, planejamos, nos divertimos com as ideias... foi massa!

Dhara fez um pedido: "mamãe, eu quero um carro na galagem!"  Pedido atendido!

Na quinta, todo o material na sala de casa. Dhara foi dormir excitada, ansiosa! Na sexta, acordou às 6:30 da manhã. Sim, 6:30. Cheia de energia!!!! Nos organizamos, saímos para tomar café da manhã e, assim que voltamos... A PRODUÇÃO!

COLA; Tesoura; TINTA; Caixas; TAMPINHAS; botões; RETALHOS; garraFas; E POR AÍ VAI...

Fizemos uma bagunça na varanda da vovó, mas não escapou nenhum detalhe do que havíamos planejado. Dhara não desgrudou, participou de tudo. Dava opinião, colocava os materiais, organizava, lavava... Quando minha irmã, que ajudou muuito, falava algo comigo, Dhara dizia de lá - "hanrã!" "eu sabo" "não quelo assim" hahahahaha uma figura!

Passamos o dia todo produzindo, uma pausa ou outra para comer, fazer um dengo, ouvir uma história contada pelo vovô e depois, mais produção! Todo mundo aqui em casa deu seu pitaco, mexeu com a tinta, colou, emendou.... Além de fazer algo para brincar com a minha filha, estava também unindo a minha família. Que dia especial! Que dia lindo!

Estou feliz. Dhara também! Estamos orgulhosas com a nossa produção! Acho que se tivesse comprado qualquer brinquedo, logo, logo, estaria esquecido como todos os outros que ela tem. Assim que chega uma novidade, os outros perdem o valor. Este não. Este levou seu tempo, seu envolvimento, sua energia, ideias, dedicação.

A ideia da sustentabilidade me tomou. E foi bom! Foi conscientemente divertido! Já estou aqui pensando em como serão os próximos presentes... Natal, aniversário... enquanto produzia a casinha de bonecas, já estava pensando em como fazer uma festa de aniversário SUSTENTÁVEL!

Hum... lá vem novidade! rs

Ver o sorriso sincero da minha pequena me basta. Me completa. Me faz existir!

Um beijo, W.














Dia das Crianças - 2012



Amanhã é o dia dela e o meu também. Afinal, uma amante da Terra do Nunca não cresce nunca. rs
E para comemorar o seu dia nada de shoppings, brinquedos industrializados, consumismo, ruas cheias, programações comuns e desinteressantes.

Amanhã passaremos o dia construindo o nosso brinquedo: uma casa de bonecas. Durante a semana recolhi todo o material reciclável que podia e agora estou com a sala cheia de caixas, garrafas, papeis... Vamos nos deliciar nesta construção e ela está animadíssima!

Por uma infância livre do consumismo!!!

#sustentabilidade é uma questão de atitude!